quarta-feira, 15 de dezembro de 2010

blur

Where's the love song?
To set us free
Too many people down
Everything turning the wrong way around
And I don't know what love will be
But if we start dreaming now
Lord knows we'll never leave the clouds

sábado, 11 de dezembro de 2010

quarta-feira, 8 de dezembro de 2010

Depois...

Depois, quando já se conheciam, ele não se recordava mais porque que gostava dela, ou pior porque chegou a se interessar por ela. Se parar para pensar, tudo bem, ela é loira, daquele tipo de loira desbotado que juntando com o piercing em cima do lábio superior, ali no cantinho da boca como uma pintinha prateada e aquela maquiagem pesada, o conjunto a torna uma loira misteriosa e rebelde. E o corpo, magrelo, mas bem torneado faz com que qualquer trapo lhe caia com estilo. Sim, tem a risada escandalosamente engraçada e a capacidade de dizer coisas interessantes de uma hora pra outra. Mas mesmo assim, ela fuma e bebe sem parar, não se da bem com as mães, a dele principalmente, arrota em público quando lhe convém e esbarra a bolsa em tudo. Sem contar que é muito desligada.

Por que então ele gostava dela? Ela retocou o batom cor goiaba e se pendurou nele, com seus braços em torno do seu pescoço, balançando o corpo e a perna esquerda de lá pra cá, de um jeitinho meigo e sexy ao mesmo tempo e disse:

__Cuidado com os animaizinhos! Dá oi pro elefante por mim. __E apertou os lábios nos dele__ Te vejo de noite, lembre que é aniversário do Sammy!

Quando saiu, ela deixou o cheiro doce do perfume que ele adorava no ar. Fechou os olhos e inspirou aquela fragrância, saboreando-a e quando tornou a abrir os olhos viu as roupas dela jogadas por toda parte. Irritado, começou a juntá-las. Por que ela tinha de ser tão bagunceira?

Uma a uma foi juntando e colocando no sexto de roupas sujas, em seguida foi terminar de se arrumar. No banheiro, se olhou no espelho e viu os lábios de goiaba nos seus. Teve de dar uma risada.

Limpou-se e barbeou-se, depois do trabalho só teria tempo para um rápido banho, era aniversário do tal do Sammy e teria de ir com Molly. Sammy, Molly, por que todos os amigos tinham de ter aqueles apelidos ridículos? Era Gaybs, Sayo, Guixa, Duds, Laurents, Moa e outros mil e um insuportáveis apelidinhos.

Quando ia saindo de casa, ao pegar as chaves em cima da mesinha de canto, não acreditou no que viu.

__Arg! Puta que pariu! Ela se esqueceu de pagar a merda da conta de luz de novo! Como pode?

Pegou o envelope e saiu de casa xingando, ia ter de pagar a conta que já estava atrasada e ele também se atrasaria para o trabalho.

João trabalhava no zoológico, era biólogo e veterinário, mas seu trabalho lá era praticamente de um ajudante comum a maior parte do tempo. Para conhecer bem os animais e entender suas necessidades ele os alimentava e participava da limpeza (como a dos excrementos), pois era como se realizasse um exame diário dos bichos. O salário não era La essas coisas, mas era o que pagava as contas já que Molly trabalhava ajudando crianças carentes e mulheres que sofriam ou sofreram de algum tipo de violência, e como era um trabalho voluntário, ela não recebia salário.

Uma Vez ele reclamou com ela para arrumar algo que a pagasse e ela em troca lhe respondeu “Mas é isso que nos faz parecidos, eu trabalho de graça, pois é o meio de me certificar da melhoria de vida dessas pessoas, assim como você trabalha num lugar que te pagam mal. Tudo contra os maus tratos, meu bem!”.

E era verdade. Era o que os tornavam iguais, desse dia em diante ele não lhe incomodou mais.

Quando foi a hora do almoço, recebeu um telefonema. Era do hospital.

__Me desculpe, senhor, ela sofreu um acidente de carro, parece que estava ajudando uma senhora a fugir do marido que a perseguia.

Ele lembrou-se da risada escandalosa que ela deu quando apareceu em sua casa de mala e cuia dizendo-lhe como a mãe era insuportável. Ele nunca arrumou um lugar para suas roupas. Teve medo que ficasse para sempre.

__ Ela não resistiu, faleceu a caminho do hospital, lamento senhor.

O telefone ficou mudo.

No caminho de volta para casa dirigiu em alta velocidade, do jeito que nunca fez e como ela sempre fazia. Abrindo a porta de casa, o cheiro dela ainda estava no ar e nas roupas do sexto. Fez questão de tirar e espalhar por todo quarto, esperando que impregnando o ambiente ele pudesse trazê-la de volta. Agarrou-se aos travesseiros de tal forma que os fez rasgar, espalhando plumas pra todo lado. O choro que até então estava contido pela raiva rompeu banhando seu rosto de desespero ao ver um bilhetinho dela:

“Seu almoço esta no micro-ondas, é só esquentar. Comprei também sorvete de morango daquela marca chique que sei que é o seu favorito. Com amor, Molly”.

Do lado estavam todas as contas a pagar, no impulso rasgou a todas em milhares de pedacinhos que sobrevoaram o ambiente como flocos de neve.

Cansado e chateado sentou-se num cantinho murmurando palavras que deveria ter dito a ela.

__Não me importo se você é esquecida, ou lerda. Não me importo com a bagunça, não importo com mais nada, mas volte pra casa.

Quando voltou a reparar no ambiente todo bagunçado e revirado se deu conta de uma coisinha arrumadinha ali no canto.

A mala dela.

__Eu te dou meu armário! __ e de dentro dele retirou todas as roupas para por as dela__ É seu, olha, é todo seu!

No cantinho da mala encontrou o maldito perfume. Só havia um restinho. Ele não podia se esvair assim no ar. Entornou goela a baixo. Ficou um pouco tonto e com um gosto ruim na boca. Caminhou até a geladeira atrás de água gelada, mas acabou pegando a garrafa de whisky com a qual passou o restante da tarde, junto aos cigarros amassados dela.

Já de noitinha escutou a porta se abrindo e ela largando a bolsa na mesinha e correndo para o banheiro para mijar de porta aberta.

__Johnny, o que é que aconteceu?

__ Onde você tava?

__Ué, não fui trabalhar hoje, fui ajudar o Sammy nos preparativos da festa. Você ta bem?

__ Casa comigo, Mônica .

__Claro que sim!__ Respondeu ela lá da privada.

terça-feira, 7 de dezembro de 2010

PqP

Chega o veio , convencido

Título de vereador

Canta a mina, saia curta

Roupa justa, puta!, pensou o sinhô

Serve o copo, paga a conta

Mostra o montante no bolso

Ri gozador

Ela ri e finge

cair no papo

Ela aceita

Ir pro quarto

Fazer amor

Ele baixa as calça

Ela da risada e ele se zangou

Ele mete a mão nela

Mas não é porque entre as perna

Ela num tem esperma

Que ela se calou

Caída de quatro ela viu

O talo e abocanhou

Rancou na dentada

Ficou as traças

O pinto miúdo

Do vereador

Era tanto sangue

De tão pouca carne

Que se descolou

Mas num importava

Nem com isso

Ela se assustou

Ela tinha ódio, ela tinha punho

E ela falou:

“Vá compra a puta que te pariu e uma vara nova, imbecil!”

Mara Lima, uma menina.

Mara Mara Lima não encontrava na televisão

graça se quer.

Tia Lívia só ligava para as aparências

, mas não cortava as unhas dos pés.

Mara Mara Lima

não suportava a frieza

e morbidez de sua casa

, então ela ia pra rua

e se sentava no meio fio

no sol quente

e observava.

Depois de dias e dias corridos

desde que ela adquirira este habito

, começou a reparar quando ia ao banheiro

que estava escorrendo uma secreçãozinha

que sujava sua calcinha.

A mamãe de Mara Mara Lima

a levou pela primeira vez

em uma ginecologista.

O nome da doutora era Marina

Ela lhe passou comprimidos

E uma pomada para a vagina.

A doutora a tocou

e ela pela doutora se apaixonou

de noite deitada em sua cama

com a doutora sonhava

e sussurrava seu nome marina

relembrando a primeira vez que fora tocada

se masturbava com a pomada sugerida

depois se deitava de lado

tranqüila,

adormecia.

Consumismo.


Os olhos famintos,

Caninos mordem a carne

A carne ferida da presa

Doa uma parte

A parte não sacia

A fome da fera

Capitalista

A fera devora as tripas

E só deixa a carcaça

A carcaça apodrece sozinha

E o interesse da sociedade esta

Noutro alarde.